2005/03/18
Para quê viver em democracia?
Há uns anos atrás Churchill disse que a democracia era o pior sistema político, excepto todos os outros que já tinham sido experimentados. Esta defesa envergonhada do sistema surgiu numa altura em que era preciso convencer os Europeus a rejeitarem os avanços do comunismo soviético, recorrendo à ideia de que isto até está mal, mas os outros estão piores.
Hoje em dia, após a implosão da União Soviética, o que teria dito Churchill? Talvez se manifestasse abertamente a favor da democracia, afirmando: Este é o melhor sistema político de todos!
Mas o que é a democracia? Há cerca de um ano, aquando de uma outra passagem de Manuel Castells por Portugal (digo outra, para diferenciar da sua passagem pelo país há uns dias), estes sociólogo foi entrevistado por Ana Sousa Dias no programa "Por outro lado". Nessa altura disse que sabemos que vivemos em democracia quando a campainha toca às três da manhã e pensamos que é o carteiro (Castells disse isto citando um escritor, do qual não me lembro o nome).
No fundo o que isto significa, na minha opinião, é que o grande benefício de viver em democracia é o conforto que isso proporciona. Conforto no sentido mais abrangente possível. Este conforto deriva do facto de, mesmo quando parece que se instalou uma espécie de pensamento único, continuarem a haver formas de expressarmos a nossa opinião. Mas também do facto de raramente sermos obrigados a viver mudanças bruscas, uma vez que o progresso nasce da discussão e do confronto de ideias.
E finalmente surge o tema que eu gostava de inserir: o novo Governo terá de ter em conta que o conforto democrático não é um privilégio insustentável, mas sim um direito inalienável, sem o qual não faz sentido viver em democracia. O que significa que todas as suas medidas terão de ser produndamente discutidas e negociadas, sob pena de serem bloqueadas pelo direito democrático de dizer não. Isto não significa que não se faça o que é preciso, pelo contrário.
Julgo que muitas pessoas na sociedade portuguesa querem mudar, embora não saibam bem como. Desde a administração pública até aos patrões do sector privado, passando pelos sindicatos e representantes seja de quem for, há uma vontade de mudança, porque, embora isso possa não ser claro, os portugueses vão-se cansando de viver na balbúrdia. O que o PS terá de fazer é aproveitar essa vontade de mudança e por o país a mexer.
Hoje em dia, após a implosão da União Soviética, o que teria dito Churchill? Talvez se manifestasse abertamente a favor da democracia, afirmando: Este é o melhor sistema político de todos!
Mas o que é a democracia? Há cerca de um ano, aquando de uma outra passagem de Manuel Castells por Portugal (digo outra, para diferenciar da sua passagem pelo país há uns dias), estes sociólogo foi entrevistado por Ana Sousa Dias no programa "Por outro lado". Nessa altura disse que sabemos que vivemos em democracia quando a campainha toca às três da manhã e pensamos que é o carteiro (Castells disse isto citando um escritor, do qual não me lembro o nome).
No fundo o que isto significa, na minha opinião, é que o grande benefício de viver em democracia é o conforto que isso proporciona. Conforto no sentido mais abrangente possível. Este conforto deriva do facto de, mesmo quando parece que se instalou uma espécie de pensamento único, continuarem a haver formas de expressarmos a nossa opinião. Mas também do facto de raramente sermos obrigados a viver mudanças bruscas, uma vez que o progresso nasce da discussão e do confronto de ideias.
E finalmente surge o tema que eu gostava de inserir: o novo Governo terá de ter em conta que o conforto democrático não é um privilégio insustentável, mas sim um direito inalienável, sem o qual não faz sentido viver em democracia. O que significa que todas as suas medidas terão de ser produndamente discutidas e negociadas, sob pena de serem bloqueadas pelo direito democrático de dizer não. Isto não significa que não se faça o que é preciso, pelo contrário.
Julgo que muitas pessoas na sociedade portuguesa querem mudar, embora não saibam bem como. Desde a administração pública até aos patrões do sector privado, passando pelos sindicatos e representantes seja de quem for, há uma vontade de mudança, porque, embora isso possa não ser claro, os portugueses vão-se cansando de viver na balbúrdia. O que o PS terá de fazer é aproveitar essa vontade de mudança e por o país a mexer.