2005/03/14

O cerco aperta-se 

O cerco aperta-se às farmácias, como nos mostra esta notícia do Público (adenda: alertado por um leitor, fui verificar o link e percebi que o problema é que a notícia já não está disponível no Público online, por motivos que me são alheios. Seja como for a notícia referia-se a uma série de médicos e farmacologistas contactados pelo jornal e que se manifestaram todos a favor desta medida, à excepção de um). Ainda bem, digo eu!

Tenho ideia que há uns anos atrás (não muitos) seriam poucos os que estariam disponíveis para afirmar publicamente o seu apoio a esta medida; e tenho ainda ideia, que os meios de comunicação social não estariam tão disponíveis como agora, para dar visibilidade a este assunto (co'a breca, até o Miguel Guilherme e o Jorge Gabriel se mostravam entusiasticamente a favor desta medida, na Praça da Alegria desta manhã).

Convém, no entanto, não esquecer, que no caso específico da notícia do Público enunciada em cima, alguns dos defensores desta medida são médicos, que também têm um "passado negro", no que diz respeito a bloquear medidas governamentais que permitiriam melhorar os serviços de saúde em Portugal. Desde as limitações à abertura de vagas em Medicina, até à questão dos genéricos, comentada pelo co-camarão Raposo, na semana passada, os médicos portugueses não podem propriamente orgulhar-se da sua conduta.

Lembre-se a situação, no mínimo caricata (em nome da decência não lhe chamo outros nomes), ocorrida no final de uma conferência sobre o erro médico, organizada pela Ordem dos Médicos em 2004, quando o Bastonário da altura afirmou que a principal conclusão a retirar era que os doentes queixavam-se de mais! Atenção, não há negligência nem falta de profissionalismo da parte dos médicos, os doentes é que se queixam demais...