2007/03/31

Genesis 

Quando Deus começou criando o firmamento e a Terra, esta era de início um caos e como uma massa amorfa, com o Espírito de Deus planando sobre os vapores que enchiam as trevas. Então Deus disse: "Haja karting". E o karting apareceu. Deus ficou satisfeito e demarcou o aparecimento do karting em relação à escuridão. Ao tempo durante o qual o karting brilhou chamou-lhe ‘tsunami de karting’, e à escuridão noite. Essa sequência formou as primeiras horas de um dia.
E Deus disse: "Que os vapores se separem, deixando que haja uma atmosfera acima da Terra, e águas na sua superfície". Foi assim que Deus formou a natação e que separou as águas que estão na Terra das que se encontram na piscina grande. Tudo isto aconteceu no segundo dia.
E disse mais: "Que os processadores à superfície da Terra se juntem, formando facções e hordes, deixando aparecer warlocks e paladinos".
E assim foi.
E Deus ficou satisfeito.

alguém acredita? 

Os mitos e as lendas existem na História de todos os povos, mas acontece, por vezes, que poucos acreditam na sua possibilidade. Na sua grande maioria, isto prende-se com o facto de nunca serem observados por alguém que possa relatar a experiência. É uma espécie de 'ouvi dizer que...'.
O mesmo acontece com as promessas, feitas com o intuito de obter uma contrapartida qualquer. Actividade normalmente levada a cabo por políticos e dirigentes de futebol. Também neste caso poucos são os que acreditam.
Existem também certas situações em tempo vividas e testemunhadas, que com o decorrer do tempo abraçaram o universo das promessas e acabaram por se tornar verdadeiros mitos. Aqui estamos perante um óptimo exemplo.
Eu não sou diferente dos demais, por isso, além de me custar a crer, julgo também que nunca vou ter oportunidade de poder observar.

venha ela! 

Gosto de ver um bom futebol de vez em quando. É verdade. Sou um desses adeptos. Muitas vezes nem é tanto devido à arte dos jogadores em campo, nem ao resultado final, nem à disputa de pontos ou confronto entre antigos rivais.
Gosto de ouvir o que dizem os comentadores, os entendidos, os treinadores de bancada. Esses que passaram por anos de estudo refinado e análise crítica para se tornarem os mais aptos entre os credenciados, para poderem afirmar com total segurança, que quando a bola ultrapassa aquela linha final entre dois postes 'é golo!'.
Todos nós já tivemos conhecimento de episódios e frases, autênticas pérolas, com que esses profissionais nos brindam com o desenrolar de cada jogada. Existe, no entanto, uma frase que aprecio bastante. Uma expressão sobejamente utilizada nos últimos minutos de cada partida de futebol, que passo agora a partilhar com todos vós:

"A menos que aconteça uma catástrofe, o resultado vai permanecer inalterado!"

Confesso que sou daqueles que fica à espera que a catástrofe aconteça. Mais não seja, por uma curiosidade tremenda de saber de que forma pode um evento dessa natureza alterar um resultado de futebol. Que tipo de desgraça serviria melhor os propósitos da competição em questão? Como desconheço os critérios de avaliação que regem a comunidade de comentadores desportivos, posso apenas interrogar-me... Um tsunami será suficiente para alterar um 2-0 para um 2-3? Um tornado seria capaz de acabar com o impasse de um 0-0 para deixar os resultado final em 1-0? Quem tem a autoridade moral e desportiva para invocar a catástrofe? Quem se deve contactar? Não estaria também aqui a ser aberto o caminho para a corrupção desportiva? Segundo me dizem, é Deus que ordena as catástrofes, mas eu não estou a ver, num futuro próximo, o Criador a pedir para ser julgado na televisão...

Estas são algumas das explicações que necessitamos... Gabriel Alves, precisamos de iluminação!!

A parafrase para este post é: "E aqui está, um golo substantivo que nem pode ser adjectivado" (Gabriel Alves, comentário a um golo de Paul Gasgoine)

2007/03/30

O Povo é Sereno!! 

Quem de entre nós alguma vez duvidou daquele eterno lugar comum de que o nativo lusitano é um indivíduo de brandos costumes? Quem, no seu perfeito estado de embriaguez histórico-cultural, ousaria contrariar as palavras proferidas por Pinheiro de Azevedo naquele momento conturbado da história (mais ou menos) recente da nossa orgulhosa nação: «Granadas? Não... Isto é só fumaça. Calma que o Povo é sereno! O Povo é sereno!»

Pois bem, para além da grande maioria da população deste burgo ser tomada por uma enorme turbe de almas serenas (enquanto muitos outros povos talvez nos considerem mansos), excepção feita como é óbvio os paleolíticos membros das claques organizadas de futebol, elementos partidários do CDS, o ocasional agente da Guarda Nacional Repúblicana e todos quantos votem no Alberto João Jardim, o certo é que se há coisa em que o português é exímio, é na arte de inventar!

Não, não estou a falar de inventos à séria, daqueles com direito a patente e a possível roubo dos planos por parte de uma qualquer nação asiática com o intuito de nos vir depois vender a obra feita por um euro e meio que avidamente adquirimos e admiramos afirmando em espanto colectivo: estes asiáticos, como é que eles conseguem?!?. Nada disso! Falo daquele inventar popular, de conseguir ligar 47 aparelhos eléctricos diferentes numa única tomada, falo na arte criativa de pintar uma estrada esburacada de preto e afirmar junto à cruz que os buracos desapareceram, falo naquele característico espirito inventivo que permite que um único utilizador pague pela televisão por cabo que todo o bairro usufrui (canais em que se faz o amor à bruta incluídos), falo, enfim, daquele nosso gene que nos permite encontrar todos os atalhos possíveis e todas as formas de conseguir 'desenrascar a coisa'. Isso sim!

Pois parece que agora um nativo de Luso (não da freguesia, mas da identidade lusófona), conseguiu encontrar uma forma infalível (ou não) de contornar aqueles impedimentos e dificuldades habituais que existem num comum assalto a um banco. Vocês sabem: armas, um bom disfarce, um plano de fuga... Tudo isso, meus amigos, para além de exigir um investimento de tempo enorme, no que a planeamento diz respeito, envolve diversos meios de logística e consideração para os quais, sejamos sinceros, o português não está preparado. Nada disso. Este nosso conterrâneo, que a tantos outros deve neste momento orgulhar, resolveu 'atalhar caminho' e conseguiu encontrar uma forma mais prática de levar a cabo esta sua aventura...

Se ponderarmos bem, até podemos parar um pouco e pensar: como é que ninguém se tinha lembrado disto antes? Afinal de contas, tudo o que necessitamos está perfeitamente ao alcance das nossas modestas posses: uma pasta (pode ser também uma mochila, um saco plástico do Lidl, um pedaço de papel daqueles de embrulhar bolos, um kispo vermelho, qualquer coisa que sirva para levar o dinheiro), um telemóvel (hoje em dia, quem não tem pelo menos um? Até os sem-abrigo, para enviarem sms uns aos outros e descobrirem onde está a bater menos vento naquela noite), e para terminar, um imenso reportório de mau feitio!

Pobres dos que se atravessarem no caminho do homem da pasta e do telemóvel com os seus insultos, ameaças e impropérios! "Se não me derem já todo o vosso dinheiro vou chamar nomes a toda a vossa família através deste tarifário que me permite falar a 12 cêntimos após o primeiro minuto!!! Ah pois é!" E o povo em geral, abrigando-se debaixo de mesas e tomando as ruas de pânico, não fosse aquela voz irritada atingi-las num orgão vital com um 'você é mesmo parvo'!
Tal como naqueles filmes do género isto-foi-uma-grande-tragédia-para-todos-mas-no-fim-conseguimos-todos-sair-de-cabeça-erguida-que-nem-grandes-heróis, que os americanos tanto gostam de nos impingir (ver: Pearl Harbor, Flight 93, World Trade Center, etc.), pessoas havia que ligavam para os seus entes queridos, para se podererem despedir uma última vez: "Querida, fui atingido no peito por um 'a sua esposa gosta de abocanhar falos de diversos indíviduos africanos'... Não sei se vou conseguir resistir muito mais tempo..."

Esta abordagem não triunfou, mas nem por isso o Luso (não da freguesia, mas da identidade lusófona), perdeu a sua postura serena (ver início do post), e quando lhe foi pedido que aguardasse por uns breves momentos até que as autoridades chegassem ao local para trocarem umas ideias com ele, o nosso herói, tranquilo... sentou-se num sofá e aguardou...

Lá se foi o extremamente elaborado plano de fuga...

(a parafrase deste post foi: "Granadas? Não... Isto é só fumaça. Calma que o Povo é sereno! O Povo é sereno!" in Pinheiro de Azevedo, discurso para a Rua Augusta em 1978)

2007/03/28

respek my yute!! 


Aos Camarões (ou não) que irão embarcar nessa programada viagem a destinos caribenhos em busca de uma saudável troca de experiências culturais, hábitos sociais e potenciais trocas de fluidos com a animada fauna e flora local, quero desde já, antes que me esqueça ou que volte a entrar no habitual estado de hibernação e actividade cerebral passiva, presenteá-los com um grande bem haja e com duas preciosas pérolas de informação, que vos poderão servir de grande utilidade nessa odisseia:

Primeiro que tudo, para que o dialecto não vos pareça estranho, podem recorrer a este senhor, por forma a melhor se conseguirem expressar na pronúncia e vocabulário que Lee Scratch Perry tornou tão popular por esse mundo fora... (se calhar queriam que caísse no marasmo habitual de referir o legado de Marley num post sobre a Jamaica, não?)

Por outro lado, uma vez que no mundo em que vivemos está tão disseminada a ideia que o terrorismo pode acontecer a qualquer momento, em qualquer local, provocado por qualquer pessoa, o comediante Tony Hendriks explica aqui porque razão não há que temer terroristas jamaicanos...

Yah mon! Respek my yute!

revivalismo (versão Mary Shelley) ... ou algo parecido! 

Diz que isto vai voltar a mexer…

Fala-se por aí à boca cheia que novas frases desbocadas e, talvez, completamente desprovidas de contexto, oportunidade e sentido de humor ou consciência social, estarão prestes a contaminar novamente este espaço sagrado, desde há uns tempos a esta parte, imaculado...

Ele há gente que não tem grande vida pessoal...

A parafrase para este post: "Look! It's moving. It's alive. It's alive... It's alive, it's moving, it's alive, it's alive, it's alive, it's alive, IT'S ALIVE!" (Colin Clive as Dr. Henry Frankenstein in Frankenstein 1931)