2006/07/25

Escolhidos a dedo 

Está de volta a loucura desenfreada do ódio entre culturas, alimentada por extremismos sem qualquer sentido e aquecida pelo explodir de bombas, rockets, balas e outros meios de propagação da razão. Não se sabe é a de quem.

Mais uma vez, judeus israelitas e árabes libaneses trocam acusações ao mesmo tempo que trocam números negros: mortos, feridos, desalojados, civis, mulheres e crianças.
Todos defendem a sua legitimidade à razão e acenam com mais exemplos mesquinhos de destruição e vingança: civis, mulheres, crianças.

Novamente o resto do mundo está na primeira fila, acotovelando-se por um bom vislumbre das quezílias diárias, não vá o diabo tecê-las e fazê-los perder ali uma boa oportunidade de negócio, enquanto vão argumentando as pretensões históricas e sociais, tentando chegar a um consenso, uma opinião com que a consciência de todos aqueles que estão longe do alcance das armas consiga viver.

De um lado, os dedos apontados às portas do costume: Síria e Irão. No fundo da outra barricada, as vozes elevadas em uníssono contra os demónios de sempre: Americanos, Ingleses, Europeus, uma ONU incapaz de lidar com os problemas para a qual foi originalmente criada, uma vez que as suas mãos permanecem manietadas pelas correntes das nações mais poderosas deste clube faz-de-conta. Todos eles demónios, todos eles infiéis...

Pessoalmente, estou farto destes judeus. Sei que ao fazer este comentário estou a cair na armadilha das afirmações anti-semitas e xenófobas que as diversas direitas tanto gostam de manipular. Não quero saber ao que possa soar. Quero apenas dizê-lo: estou farto destes judeus!

Compreendam que não é de toda uma sociedade, toda uma raça, aquilo a que me refiro. Estou farto destes judeus israelitas, extremistas a embrulhados de um mesmo fascismo que quase os exterminou, déspotas e alheios a qualquer noção de direitos do homem de que tantas vezes somos lembrados à custa dos judeus vítimas do Holocausto.
Estou farto de Israel enquanto nação que não respeita a auto-determinação e a liberdade de libaneses e palestinos. Estou farto desse povo que desde há eras se intitula “o povo escolhido de Deus”! Meus caros amigos, se Deus realmente existir deverá estar bastante arrependido de ter escolhido esta corja de gente...

Estou farto de ser obrigado a sentir pena de todos aqueles milhões que foram mortos durante a Segunda Guerra Mundial, sabendo que todos os dias os seus descendentes matam inocentes em nome de um ‘combate ao terrorismo’ e um alegado direito à ‘auto-defesa’, mas que ninguém compreende porque razão tem que passar pelo abate indiscriminado de mulheres e crianças!
Estou farto de ouvir falar no sangue das vítimas israelitas como se o sangue de um árabe fosse menos digno e não seja também ele derramado todos os dias.

Estou enjoado de ouvir opiniões de um povo que não soube aprender com a própria história, que apenas em algumas décadas passou de animal enjaulado em campos de concentração a caminho da morte, a arquitecto de campos semelhantes, mentor de atentados em nome próprio e executor dos seus próprios extermínios pessoais. Clamando direitos a uma terra que não é sua, expropriando os legítimos povos e acusando-os de terroristas por ousarem defender a sua vida e a sua história.

Querem que tenhamos pena dos israelitas, que vivem constantemente sob ameaça dos atentados, das mortes, das palavras e dos olhares desses árabes que os rodeiam, não os aceitando como a raça original, os ‘escolhidos de Deus’, na terra de Deus!
Mas estas são as mesmas pessoas que aquando da fundação deste Estado se recusaram a receber outros judeus, tribos oriundas da Etiópia, negros etíopes mas judeus como eles. As justificações para um acto como este? Deus nunca teria escolhido pessoas de raça negra como ‘filhos originais’, não era legítimo que existissem judeus negros. E foi assim mesmo, que os pobres israelitas trataram os seus irmãos judeus, como negros numa terra que não era a sua... Israel para os judeus! Israel para os judeus brancos!

Não sinto pena dos israelitas. Estou farto deles! Não me importo que a violência aumente e que mais israelitas percam a vida. Quero apenas que as bombas deixem de roubar a vida a inocentes e passem a ceifar todos aqueles que pertencem à geração que faz com que deteste este Israel. Quero que esses sejam ceifados pelas bombas árabes, para que possam dar lugar a outras gerações, menos propensas para uma pretensa nação de ‘escolhidos’ e mais abertas a um mundo de diálogo.

Quando a matança começar a sério, vou pedir às bombas para que consigam também levar todos aqueles árabes supérfluos, todos aqueles pseudo-líderes de massas disformes, sem ideias próprias e com o cérebro completamente toldado por fantasias medievais de batalhas e mitos, de mundos que ficaram lá atrás, na idade média e que não fazem qualquer sentido nos dias de hoje, a não ser como recordações, como notas de rodapé em museus de história.
Sim, vou pedir às bombas para levarem todos esses idiotas também. Todas essas bestas de cânticos e faixas verdes que pensam estupidamente que ao fazer explodir um autocarro com crianças a caminho da escola estão a tornar o seu país mais livre da opressão. Também vos odeio a todos! A vocês que se sacrificam e aos vossos líderes que não estão interessados na vossa liberdade, mas sim no seu próprio trono!

Alá é grande...

Alá está-se nas tintas para vocês! Da mesma forma que Deus e Moisés se estão nas tintas para todos aqueles judeus que vos deveriam acompanhar na caminhada para junto desses vossos criadores!
Não são os vossos deuses que pedem sacrifícios, imbecis! São os vossos líderes, aqueles a quem vocês seguem cegamente sem se questionarem o que fazem, porque fazem, como o fazem. São eles que vos mandam para a morte, são eles que vos tratam como gado e tal como o gado que são, todos os dias os colocam na fila do matadouro.

Eu aplaudo esse matadouro! Eu peço com todas as minhas forças para que a limpeza seja eficaz e todas essas mentes podres possam dar lugar a alguém que possa tornar essa terra esquecida por Deus num lugar diferente, em que inocentes já não tenham que morrer sem razão aparente.


Não me peçam para ter pena dos judeus. Não me peçam para medir as minhas palavras, de modo a não parecer um anti-semita, um xenófobo, um neo-nazi. Eu sei bem o que sou e quem com estas minhas palavras me associar a essas correntes de pensamento, não saberá o que está a fazer...

Apenas quero que isto termine. Quero que acabe a hipocrisia ocidental que aponta o dedo ao mundo árabe, quando na verdade os grandes culpados são eles, ocidentais. Quero que acabem os massacres e a morte de inocentes e quero acima de tudo que esse povo escolhido deixe de obrigar o resto do mundo a ter pena dele.

Eu não tenho pena de assassinos.