2005/04/29

Extra, extra! 

Noticia de ultima hora!

Seca afecta poder intelectual dos camarões do rio! Á quem diga que os cérebros dos camarões estão a ficar neste momento de tal forma reduzidos que a grande maioria deles se estão a tornar em adeptos do Benfica!

Raras excepções se verificam, o poder criativo de alguns camarões ainda se mantém devido a existência de raros lençóis freáticos que permitem que alguns destes belos e carismáticos seres mantenham os bigodes de molho.

2005/04/20

Onde estavas, Gabriel Alves? 

A multidão aglomerou-se, por entre sons de palmas, cânticos e buzinas, as claques tentavam animar o ambiente e torcer pelos seus preferidos. O resultado final era ansiosamente aguardado por todos, em suspensão, com o nervoso miudinho que caracteriza uma competição deste género...

Será desta? Será desta? Não, mas daqui quase parecia que tinha sido...

E lá vêm mais claques e mais cânticos: Oooh! Ehhh! Oooh! Ehhh! Oooh! Ehhh! Oooh! Oooh! - As buzinas multiplicam-se, bem como as bandeiras e os cartazes com múltiplos dizeres... Isto é uma festa!!

Eis senão quando se torna nítido aquele fumo branco enquanto dobram os sinos do Vaticano! Habemus Papam!!

E onde estavas tu, Gabriel Alves? Onde estavas tu neste momento, para nos relatares este magnífico espectáculo de cor e luz e alegria e verdadeira magia? Mesmo sem a tua presença eu consegui ouvir a tua voz:

"Oh! O Vaticano faz agora entrar Ratzinger, para o lugar de Wojtyla! Vamos ver se consegue dar seguimento à boa prestação do seu companheiro.
Ratzinger, 78 anos, gosta de ser chamado pelos seus colegas por Bento XVI. É alemão e conta já no seu extenso currículo com 2 acidentes vasculares cerebrais. Tornou-se profissional ao mais alto nível pelo Vaticano em 1977 pelas mãos de Paulo VI, que viu nele um futuro brilhante.
É conservador no seu modo de actuar, pelo que vamos ver se conseguirá ambientar-se rapidamente a esta nova realidade, gerida por um modernismo de pensamento e de acção contrários à forma preferida de estar em campo deste alemão..."

Onde estavas, Gabriel Alves?

2005/04/19

Esti blogui está abençoati!! 



Consta que após ter lido o Camarão do Rio, o ex-Ratzinger e actual Bento XVI disse: Habemmus blogum!

2005/04/18

Ajuda-nos a nós! 

Fidel Castro continua a recusar apoio humanitário da União Europeia argumentando poderosamente que "Quem precisa de um pouco de ajuda humanitária são eles". Toda a gente sabe que só não partem jangadas da Europa em direcção a Cuba todos os dias só porque o vento e as marés não ajudam. Só mesmo o Santana Lopes lá conseguiria chegar...
Aproveitando a embalagem, enalteceu o sistema politico cubano referindo-se a ele como "o mais democrático do mundo", deixando os democratas norte-coreanos à beira de um ataque de nervos.

Eu quero trabalhar para o Jorge! 

Passados alguns meses sobre o fim desse momento impar da governação Portuguesa, eis que eles continuam a surpreender.
Principalmente o Jorge Neto, esse verdadeiro apreciador da caracteristica alheia, capaz dos mais brutais elogios que eu já tinha lido.
Para ler e chorar por mais.

FUJAM!! FUJAM!! VEM AÍ O CONCLAVE!! 

Pois é. Foi oficialmente dado início a essa concentração de príncipes de Cristo (a expressão não é minha), de onde irá surgir o nome do futuro Papa. O Príncipe dos príncipes de Cristo...
Todo o mundo anseia por conhecer esse novo nome, essa nova personalidade, esse novo príncipe. O espectáculo está em marcha e todos nós, a bem ou a mal, conscientemente ou não, fomos oficializados como fãs, como seguidores desse culto de personalidades e de príncipes. Para mim estes são os Príncipes das Trevas.

Identifico no Vaticano um dos meus ódios pessoais e nos seus representantes a origem de um profundo mal estar e de uma consciência muito próxima daquela capaz de criar assassinos em série e outros praticantes de actos menos convenientes para a sociedade em que vivemos. É por esta razão que aponto o meu dedo a toda esta farsa, este Conclave, e aponto-o também para todos aqueles farsantes hipócritas que usam roupas femininas, mas não abrem as portas do sacerdócio às mulheres, que usam títulos como Cardeais e Bispos, representantes de Cristo na Terra. Os ministros de Deus. Os farsantes.

A opulência do Vaticano e todo o seu esplendor forçam-me a sentir-me enojado com todas aquelas personagens, com todo aquele ar quente que é soprado na face dos crentes, que descontentes com a presença de Deus no seu próprio coração, necessitam projectar as suas esperanças em homens que lhes dizem ser um canal directo com o próprio Criador. Pois sim...

O funeral do padre polaco que agora irá ser sucedido foi para mim como um espectáculo rock, uma encenação digna de nomes como Alice Cooper, King Diamond ou Marilyn Manson, sendo que a única diferença é o facto de que qualquer um destes artistas é abominado pela Igreja e sua música considerada satânica, quando aquilo é apenas rock. Apenas entretenimento. Tal como a Igreja, o Vaticano e os seus Bispos e Cardeais.

“Faz o que eu digo, não faças o que faço”. Desconheço a origem deste dizer, mas sei que é a Lei de Bases para o Vaticano. Os Embaixadores de Cristo na Terra, que pregam a bondade, a caridade e o altruísmo, mas que têm em sua posse uma fortuna de valores incalculáveis, capaz de mitigar muito do sofrimento humano actual, resolvem então que são necessárias 3 novíssimas urnas de prata e bronze, talvez para que a eleição do novo Papa corra melhor.

Permitam-me que considere isto um verdadeiro nojo. Um desperdício.

Portugal: esse antro de bombistas!! 

Hoje ouvi novamente esta associação num noticiário (abençoada TVI e a sua propensão para a tragédia, para o drama e para o alarmismo) e um clique fez-se na minha cabeça:

É só impressão minha ou todos os explosivos encontrados e apreendidos agora em Portugal são semelhantes aos utilizados nos atentados de Madrid (11 de Março 2004)?

Parece que sim. Deve ser aquela mania esquisita que os explosivos têm de rebentar com tudo à sua volta quando são detonados... Digo eu, que não sou especialista como aqueles tipos da polícia de Viseu que tinham um laboratório para desactivar explosivos paredes meias com um quarto de dormir...

Dá-me a sensação que até aqueles explosivos que são apreendidos nas oficinas de pirotecnia que produzem foguetes para as festividades populares desse grande Portugal são "semelhantes aos utilizados nos atentados de Madrid", vá-se lá saber porquê... Será pela sua tendência para explodir?

2005/04/14

E agora para algo completamente diferente! 

Para aligeirar o ambiente, mantendo no entanto um tom sério, recomendo este jogo de computador criado pelas Nações Unidas, que tem como objectivo alertar as crianças para a fome no mundo e para o trabalho desenvolvido por esta organização. Uma vez que a maioria dos nossos leitores situam-se na faixa etária dos 2 aos 6 anos, julguei que poderia interessar-vos.

Se quiserem saber mais, podem ainda ler esta notícia sobre o assunto.

2005/04/09

A propósito do unanimismo dos media 

Após uma aturada discussão com o co-camarão Marujo, decidi concluir o raciocínio iniciado no post anterior, desta vez incidindo directamente sobre o porquê deste unanimismo mediático em torno do Papa. Para tal acho que será importante recorrer à sociologia da comunicação, abordando de forma muito superficial a forma como a produção de notícias tem sido vista ao longo dos tempos. Desde já aconselho a quem quiser a leitura destes dois livros sobre o tema: Os jornalistas e as notícias; O discurso do jornal.

Aquando do aparecimento dos primeiros jornais comerciais no século XIX, os jornalistas da altura afirmavam que a imprensa era o espelho do mundo. Com isto pretendiam dizer que aquilo que se escrevia nos jornais era por e simplesmente o reflexo do que acontecia na realidade e nada mais. No entanto, rapidamente se tornou claro a quem se debruçava sobre este assunto que esta relação não era tão linear como queriam que fosse.

Alguns anos mais tarde, já no século XX, os primeiros teóricos das ciências da comunicação criaram o conceito de gatekeeping, como forma de explicar o que tinham observado nas redacções. Na opinião destes académicos o jornalista funcionava como uma espécie de guarda do portão, que apenas deixava passar para o jornal a informação que lhe interessa.

No entanto, mais uma vez se percebeu que este tipo de explicação simplista não permitia entender a complexidade que envolve a produção de notícias. Surgiu então, já na segunda metade do século XX, o conceito de newsmaking, segundo o qual a produção de uma notícia envolve uma série de factores, que todos juntos, influenciam o produto final. Entre estes factores contam-se as questões logísticas e burocráticas, a lógica organizacional, a falta de tempo, a necessidade de tornar a notícia vendível e, principalmente, o quadro de referências e de valores do próprio jornalista, que naturalmente influenciam a forma como este interpreta a realidade.

Estes factores, especialmente o factor tempo, que tem vindo a impôr-se aos outros devido à lógica dos directos e da informação ao minuto, têm como consequência que na maior parte das vezes os jornalistas não conseguem dispensar às notícias que escrevem, o tempo e a reflexão necessárias à produção de boas notícias. Esta falta de tempo leva-os a recorrer em demasia à informação de agências noticiosas e de organismos oficiais e a confiar em fontes cujas motivações são por vezes pouco correctas.

Daí que no momento em que toda a gente diz bem do Papa seja mais fácil simplesmente entrar na onda e reproduzir as mesmas ideias e as mesmas palavras, chamar os comentadores que já se sabe que aparecem de bom grado e não fazer muitas ondas, o que obrigaria a puxar pela cabeça numa altura em que não há tempo para tal, tal é a torrente de acontecimentos que supostamente é preciso cobrir.

2005/04/08

Sem oposição? 

Mas que raio de unanimidade é esta que se gerou em torno do Papa? Mas será que não há vozes discordantes, ou apenas não se manifestam por uma questão de pudor? Será que os directores de informação acham que agora «fica mal» discordar daquilo que foi o legado de Karol Woytila?

O homem que se opôs firmemente à utilização do preservativo, apesar do avançar galopante da SIDA em alguns países católicos, que se recusou a conceder às mulheres mais poder, mesmo havendo pessoas na Igreja que se inclinavam nesse sentido, que se recusou a aceitar a homossexualidade como uma escolha e que condenou e contribuiu para a destruição da Teologia da Libertação na América do sul, que era na altura um dos principais movimentos contra as ditaduras latino-americanas. Este mesmo Papa é aquele que agora ninguém põe em causa, nem que seja um milímetro!

Bem sei que deu alguns contributos importantes, especialmente no que diz respeito à promoção do diálogo entre as religiões e, mais recentemente, à sua oposição à guerra no Iraque, mas seja como for, este unanimismo é tudo menos saudável para a nossa frágil democracia!

2005/04/05

Gosto mesmo deste filme: “Inherit the wind” (1960 e 1999) 

Ontem vi um grande filme. Aliás, vi um grande remake de um grande filme. Infelizmente, o canal de televisão que o transmitiu não o considera, uma vez que me obrigou a estar acordado até perto das 3 e meia da madrugada, durante um dia de semana, para ver um bom filme.
Não conheço o critério de escolha deste tipo de programação, apesar de o compreender até certo ponto. O horário nobre não está compatibilizado com conteúdos que nos obriguem a pensar. Daí as novelas, concursos apresentados por profissionais de talento duvidoso (aqueles que me dizem que esse tal de Malato tem talento para apresentar seja o que for na televisão, andam a tentar enfiar-me o barrete), filmes de fácil digestão (com uma ou outra excepção), tudo coisas escolhidas para que não cansemos muito a nossa cabecinha e possamos dormir descansados, uma vez que amanhã volta a ser dia de trabalho e de ocuparmos o nosso lugar na “linha de produção” para que o patrão fique contente... E mais abonado...

“Inherit the wind”, no seu título original, não é um filme de fácil digestão, apesar da sua compreensão ser relativamente acessível. Durante aproximadamente duas horas, é destilado perante nós um julgamento que decorre numa qualquer cidade sulista norte-americana durante meados dos anos 20, onde um jovem professor é acusado pelos fanáticos religiosos residentes de estar a tentar corromper a mente dos jovens e restantes cidadãos com supostas mentiras e idéias contrárias às palavras da Bíblia, tudo isto porque este professor resolveu cometer a heresia de falar aos seus alunos acerca dos estudos evolucionistas de Charles Darwin.
A história desenvolve-se assim naquilo a que se pode intitular um duelo entre os Agnósticos, defensores do jovem professor, e Fundamentalistas, que exigiam uma pena exemplar para este herético; focando as dúvidas e problemas teológicos das duas correntes de pensamento/crença.
O que torna este filme ainda mais interessante é o facto de sabermos que esta história é baseada em factos verídicos, ocorridos durante o ano de 1925. Condenar o ensino da evolução. Em pleno século XX. Mais nada!

Tive a sorte de já anteriormente ter assistido à versão original deste filme, realizada em 1960 por Stanley Kramer e com as magníficas interpretações de Spencer Tracy, Fredric March e Gene Kelly.
Agora sinto-me obrigado a aconselhar-vos a ver as duas versões uma vez que a que me foi dada a oportunidade de assistir na madrugada de ontem, é em si, coroada por excelentes desempenhos de ilustres como Jack Lemmon, George C. Scott (ao que sei, este foi o último filme em que participou antes de falecer), Beau Bridges, John Cullum e David Wells, entre outros. Esta versão mais recente é da responsabilidade de Daniel Petrie e foi realizada em 1999.

O argumento continua a cativar, uma vez que os diálogos são muito ricos em combustível para essa eterna discussão do Homem acerca da existência ou não do seu supostos Criador. Se acreditar, como acreditar e porquê acreditar? Mas outros aspectos são também abordados naqueles excelentes textos, contando que sejam lidas todas as entrelinhas, como a solidão, a grandeza, a humildade, a cegueira e o poder que nos é concedido a todos de alcançarmos a liberdade total através do nosso pensamento e do nosso almejado livre arbítrio.

Gosto mesmo deste filme e não tenho qualquer receio em aconselhá-lo a quem goste de excelente cinema ou mesmo a quem tenha problemas em aceitar e compreender idéias diferentes das suas.

2005/04/04

Era uma vez uma estranha sociedade... 

E de repente dou comigo quase num dos mais puros e irracionais descontrolos emocionais que caracterizam a espécie humana que de tanta repreensão cultural é levada a deixar de poder sentir pois não é politicamente correcto!
E isto porquê? Frequentando, como estou a U.B.I (Universidade da Beira Interior) dou comigo numa sala rodeado por quarenta a cinquenta colegas de curso, envolvido num momento de avaliação (defesa de Projecto), onde foi previamente estabelecido que iria ser avaliado por três elementos docentes que constituiriam um júri de avaliação, dois docentes do departamento de Ciências do Desporto e um docente de Economia.
Ao iniciar o processo (apresentação oral de cinco minutos, com um momento de refutação do júri do mesmo tempo) deparo-me com a ausência do chamado elemento neutro que seria o professor de Economia pois este é certamente o que menos conhece a realidade vigente dentro do departamento de Ciências do Desporto, o que significa que fui avaliado por dois docentes que bem me conhecem com as respectivas vantagens e desvantagens que isto acata, só me irrita pelo puro incumprimento das condições definidas para o processo de avaliação.
Mas eis que começa a verdadeira história…
Nos já alguns anos que tenho de frequência deste curso sempre me deparei com a mesma a realidade, o elevado grau de conhecimento docente \ aluno, muito vantajoso por sinal (pelo menos assim o diz a convenção de Bolonha) que tem como simples indicador o facto de qualquer docente deste departamento saber o nome dos alunos que o frequentam, até aqui tudo bem.
Não fosse o grau de sordidez que esta relação criou, com os respectivos favorecimentos de alunos dissimulados que com base em critérios de pura e obscura bajulação enganam os docentes e fingem-se interessados e estudiosos, e os docentes que preferem ter alunos que fingem que estudam, do que perder tempo a estimular os que realmente se interessam para que trabalhem mais, é fácil e tentador ser-se idolatrado!
Pois que nas defesas dos projectos deparo-me com afirmações quase absurdas por parte da presidente do júri como passo a citar, “ eu sou um pouco suspeita para avaliar este projecto, pois estou muito envolvida com ele porque me interessa como cidadã”, seguido duma tentativa de tentar remediar o absurdo que tinha dito “ como me interesso com todos os projectos que me tragam”. Nesta altura já eu ouvia um daqueles risos maléficos que se ouviam nos filmes de terror dos anos sessenta (HAHAHAHAHAHAHAHAH) e me imaginava com uma AK47 a encher aquela cabeça de balas, até que um dos meus colegas é completamente humilhado e comparado a um vendedor de banha da cobra, e eu dou por mim no meu momento de refutação a fazerem-me perguntas sobre matérias sobre as quais o próprio júri não me sabe dar respostas, é no mínimo vergonhoso!
Permitam-me fazer aquilo que eu como futuro cientista e investigador menos gosto de fazer, mas tentem pelo menos compreender o cenário, uma correlação directa de informação ou um transfere de uma situação especifica para uma generalização, pensem no que acontece á nossa volta todos os dias, aos nossos pais, aos nossos amigos a nos e a quem nos rodeia e pensem bem se não conseguem encontrar pelo menos uma situação semelhante á que me aconteceu.
É este o estado da nossa sociedade? A bajulação é primordial e as competências são encaradas de uma forma secundária e quase desnecessárias para exercer qualquer tipo de função? Todos nós não presenciamos já, um caso onde o puro engano é já parte do processo? É ou não corrente que exista incumprimento de todas as condições previamente estabelecidas para o desenrolar de qualquer coisa e mesmo assim ela aconteça? Somos nós assim ou não? Tenho o direito de gritar ou não? É que já chega! Caros leitores e amigos co-camarões, não se assustem não consegui comprar a AK47 em lado nenhum (nem sequer procurei), mas escrevo este texto e garanto-vos que já larguei umas quantas bombas químicas naturais dentro daquele departamento! E acho que vou perder tempo a elaborar um maléfico e tenebroso plano de vingança para tudo isto, mas com certeza que quando chegar a altura provavelmente vou estar demasiado ocupado para o cumprir, por isso aceitam-se ideias! Obrigado.

2005/04/02

Casa da Música 

Tenho estado a adiar esta edição da casa da música, porque queria colocar neste post um cuidado especial. Mas depois pensei: «Se nem sequer sabes escrever, o que é que poderás dizer de relevante sobre os Radiohead, que as outras pessoas não possam também depreender automaticamente?»

Decidi então apenas deixar uma nota de destaque para uma das minhas bandas de eleição. Neste caso não irei destacar os álbuns de que gosto mais, porque na verdade seria mais fácil dizer qual o que gosto menos: por razões que considero relativamente consensuais, o Pablo Honey (primeiro álbum) é provavelmente o menos conseguido. A partir daí foi sempre em ascendente e os Radiohead nunca mais saíram da linha da frente da música pop mundial.

Deixo apenas uma lista dos álbuns que já tenho, deixando para a posteridade a nomeação de outras gravações que estou neste momento a obter.

Pablo Honey
The bends
OK Computer
Kill All (versões de músicas dos álbuns anteriores e algums não editadas)
Kid A
Amnesiac
It might be wrong (live recordings)
Hail to the thiefs

Mais umas músicas e versões que encontrei no espaço virtual e que conseguem espantosamente manter sempre um elevado padrão de qualidade. A ouvir!

Sobrevivência?!?! 

Bem sei que um tipo tem que ter confiança em si próprio e que tem que batalhar por aquilo em que acredita! Mas há pessoas que parecem não ter o sentido do ridículo...

(Adenda: Pronto, lá teve o homem um acesso de sobriedade e agora tenho que vir retratar-me perante a multidão que lê o Camarão do Rio. Afinal ele considera que há «lições na vida que devem ser extraídas». Ainda bem para nós, digo eu!)

2005/04/01

Casa da leitura 

Para aliviar o ambiente, aí vem uma sugestão de leitura para o fim-de-semana. Desta feita com mais um dos meus autores favoritos: Mário de Carvalho.

Nos livros de Mário de Carvalho julgo poderem destacar-se a qualidade da sua escrita, a ironia com que «arrasa» as suas personagens, e a recriação histórica alcançada nos casos em que a trama remonta aos tempos do Império Romano (como acontece nos dois primeiro livros referidos em baixo).

Aqui ficam mais uma vez os livros que conheço do autor, apresentados por ordem cronológica de leitura.

Um Deus passeando pela brisa da tarde
Quatrocentos mil sestércios seguido de O Conde Jano (contos)
Era bom que trocássemos umas ideias sobre o assunto
Fantasia para dois coronéis e uma piscina

Ao cuidado do leitor «cota» 

Gostaria de ter respondido directamente no espaço dedicado aos comentários, mas por motivos que me ultrapassam, não consegui ter acesso à janela que me permitiria comentar a observação do leitor identificado como «cota».

E quero responder porque concordo plenamento consigo! Ainda que por vezes apeteça desabafar sobre algumas anormalidades portuguesas, acho que nunca nos devemos esquecer de pelo menos três coisas, em relação a Portugal:

1ª Apesar de todos os erros, Portugal evoluiu nos últimos 30 anos a uma velocidade brutal! Nós podemos não ter consciência disso, mas basta pensar que quando foram realizados os censos de 1971, 30% da população portuguesa era analfabeta! Se tivermos em conta que a maior parte dos países europeus reduziu o analfabetismo a taxas residuais até ao final do século XIX, ou seja, até 1900, podemos ter um pequeno vislumbre do nosso atraso, aquando da instauração da democracia. Mas poderíamos ainda ter em conta outros dados, como a mortalidade infantil, o número de escolas, o PIB per capita, os cuidados de saúde e todos eles nos permitem compreender o quanto estavamos atrasados e o quando avançámos nos últimos anos.

2ª Por muito que os portugueses (nos quais, obviamente, me incluo) gostem de dizer mal do seu país, Portugal é um país desenvolvido! De acordo com todos os padrões, desde os indicadores de riqueza da OCDE até ao Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas, Portugal encontra-se pelo menos, entre os 30 países do mundo onde se vive melhor. Se tivermos em conta que há cerca de 180 países no mundo, percebemos que somos de facto privilegiados.

3ª A solução de Portugal não está apenas num bom Primeiro-ministro, ou num bom ministro da finanças, ou em melhores patrões, ou numa melhor função pública. Está numa mudança de atitude de todos nós, que deveremos ser mais afirmativos, mais acutilantes, mais organizados, mais inovadores; e tudo isto não apenas no domínio da economia, mas também no que diz respeito ao funcionamento do associativismo e dos organismos públicos, às relações inter-pessoais, à produção e consumo culturais, à organização do território e a tudo o resto que considerarem importante (sem esquecer o desporto, assunto já referido pelo co-camarão Sérgio).

Portanto «cota», concordo totalmente consigo e espero poder contribuir com a minha quota-parte para a melhoria da qualidade de vida em Portugal.